Você conhece um gossan?
por
Pedro Jacobi
Definição
Gossan, segundo a definição original é o produto
do intemperismo sobre sulfetos maciços de minérios econômicos.
Um
sulfeto maciço, por sua vez tem que ter mais de 50% do peso em
sulfetos... Esta é a definição inicial, que está sendo abandonada.
Hoje,
a visão dos Geólogos de Exploração sobre os gossans evoluiu: gossans são
produtos de intemperismo de rochas sulfetadas não necessariamente
maciças e não necessariamente derivados de sulfetos economicamente
interessantes.
Gossans são, também, chamados de chapéus de ferro (Francês).
Em alguns casos são chamados de gossans os ironstones derivados do
intemperismo sobre carbonatos ricos em ferro como a siderita.
Eu prefiro a definição com caráter econômico,
que tem tudo a ver com a exploração mineral. Desta forma evitaremos a
bastardização do termo gossan.
Mineralogia do Gossan
Os principais minerais de um gossan são os
óxidos de ferro como a
goethita, hematita lepidocrosita e, por vezes, a jarosita.
Outros hidróxidos de ferro comuns são
geralmente agrupados como limonitas.
Estes óxidos conferem à rocha a sua
característica ferruginosa com cores fortes, ocre vermelho-amareladas.
Um bom geólogo de exploração ao ver um gossan pode, pelas suas cores,
determinar, imediatamente, se ele tem um maior interesse econômico.
Localização dos gossans
A rocha encontra-se na superfície podendo ou
não estar imediatamente acima dos sulfetos originais.
Esta situação é imensamente favorável à descoberta de sulfetos.
No entanto alguns gossans podem ser transportados. Neste caso
os óxidos migraram, dissolvidos em ácidos e se precipitaram longe dos sulfetos de orígem.
Nestes casos a assinatura geoquímica do gossan é mascarada e pode levar
ao geólogo acreditar que se trate de mais um ironstone sem interesse
econômico.
Geoquímica
Em geral um gossan é poroso e pulverulento.
Seus minerais são formados pela decomposição dos sulfetos o que
gera a formação de ácido sulfúrico. O ácido acelera sobremaneira a
decomposição dos minerais, lixiviando parcial ou totalmente os elementos
solúveis.
A lixiviação pode ser tão intensa que os elementos solúveis como zinco
ou até mesmo o cobre podem não mais estar presentes no gossan.
Portanto a simples avaliação química de um gossan deve levar em conta,
também, aqueles elementos traços menos móveis que
talvez estejam ainda presentes e que possam caracterizar a rocha como
interessante.
O gossan acima é de pirita aurífera e o que se vê, no final do processo
de formação são os boxworks de pirita e o ouro, imóvel neste ambiente.
Esses estudos de fingerprinting são fundamentais quando o assunto é
gossan.
continuação...
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