Polêmica à vista: curdos do Iraque assinam contratos de exploração de petróleo

O governo regional do Curdistão, no norte do Iraque, anunciou nesta quinta-feira a celebração de quatro acordos com empresas internacionais para exploração de petróleo. A notícia tem tudo para ser uma pedra no sapato do governo central, em Bagdá, e no dos Estados Unidos, que pressionavam os curdos a suspender as negociações até que a legislação sobre petróleo e gás no Iraque fosse devidamente acertada.

O desenvolvimento das reservas de petróleo é uma das grandes desavenças entre sunitas, xiitas e curdos; as leis têm a função de criar um marco regulatório para empresas estrangeiras e para a divisão entre as comunidades das receitas obtidas com a venda das commodities. Os acordos curdos, baseados na relativa autonomia da região, assinalam a vontade de se ir em frente, sem esperar por um consenso.

As autoridades curdas ainda anunciaram dois acordos para construções de refinarias; somados aos quatro de exploração de petróleo, perfazem um total de US$ 800 milhões em investimentos esperados. As empresas vencedoras são consórcios liderados por franceses e canadenses, cujos nomes não foram revelados. Nenhuma reação oficial de Bagdá ou Washington foi registrada até o momento.