Petrobras descobre mais gás; ações disparam

A Petrobras anunciou na noite de segunda-feira uma descoberta de gás no campo de Júpiter, na bacia de Santos, ao lado do campo de Tupi. Com reservas estimadas entre 5 e 8 bilhões de metros cúbicos, a descoberta se localiza a 5,2 quilômetros de profundidade, abaixo da camada pré-sal.

Com isso, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, começa no cargo com o pé direito, e podendo aproveitar uma idéia do diretor de exploração e produção da estatal, Guilherme Estrella: fazer Júpiter e Tupi entrarem nas negociações sobre aumento de preço do gás natural com a Bolívia, como curinga para demonstrar uma menor dependência do país vizinho.

Estrella, que comentou a descoberta, ainda afirmou que a produção de gás natural na área da Petrobras em Júpiter garantirá a auto-suficiência do País neste combustível. Mas, segundo ele, Júpiter só entrará em operação dentro de seis anos. O executivo ainda refutou especulações que circularam no mercado de que a Petrobras poderia ter forçado a divulgação desta nova descoberta em uma época em que estava com suas ações desvalorizadas na Bolsa, pelos indícios de recessão nos EUA; verdade ou não, as ações preferenciais da Petrobras lideraram o repique da segunda-feira fatídica (ontem), subindo 9,76%.

Guilherme Estrella negou-se, porém, a fazer qualquer previsão sobre o volume recuperável de gás natural no bloco. Segundo ele, qualquer previsão neste momento seria "leviandade e irresponsabilidade com a equipe técnica" da empresa, limitando-se a dizer que as acumulações estão a mais de cinco mil metros de profundidade, e que há uma espessura em torno de 120 metros de gás.