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![]() Petrobras : Bolívia leva e Brasil aplaudePublicado em: 04/05/2006 18:39:00 Como era de se esperar a reunião entre os
presidentes do Brasil, Argentina, Venezuela e Bolívia acabou em pizza
bolivariana. As declarações de Lula hoje à imprensa demonstram claramente
que o Presidente do Brasil apóia o ato do seu colega Evo Morales de nacionalizar
o petróleo mesmo se este ato for lesivo à nossa economia e aos bens e negócios
da Petrobras. Mais uma vez o governo usa a Petrobras para
fins políticos e não parece ter nenhuma preocupação com os 1,5 bilhões de
dólares diretos que serão perdidos pela empresa ou com os milhões de acionistas
brasileiros que serão afetados. Afinal o que são simples bilhões de dólares se o
assunto em pauta parece ser o da criação de um eixo das esquerdas nacionalistas
da América Latina encabeçadas pela Venezuela e Cuba e com fiéis seguidores na
Bolívia. O Peru poderá ser o próximo na lista já que o seu principal candidato à
presidência o Coronel Ollanta Humala, é um fervoroso esquerdista e adepto da
política estatizante de Evo e Hugo Chávez. O Brasil, liderado por Lula não parece apático
ou contrário a estatização que assola a América Latina. Parece que a reticência
de Lula é fruto, apenas, da falta de apoio interno no Brasil. Isso poderá mudar
caso ele seja eleito novamente e, consequentemente, ter as suas idéias validadas
pela população vindo, possivelmente, a fazer parte do eixo das esquerdas que
ameaça dominar a América Latina. A presença de Hugo Chavez na reunião de hoje
demonstra, claramente, que o assunto é de uma abrangência maior. A Venezuela tem
uma posição bastante ambígua neste imbróglio. Hugo Chávez, que as vezes parece
um amigo de Lula e do Brasil, é um dos grandes interessados na queda da
Petrobras em solo boliviano. A sua petroleira PDVSA, que arrecadou, somente em
2005, 22 bilhões de dólares em taxas e royaties, deverá ocupar o lugar da nossa
Petrobras na Bolívia. O interessante que esta dualidade de Chávez parece passar
despercebida por Lula que o apóia em quase todos os pleitos. Dualidade é quase
um sinônimo de Chávez que prega o anti-americanismo mas esconde o fato de que a
Venezuela é o quinto maior fornecedor de petróleo dos Estados Unidos o seu maior
parceiro comercial. É a política do faça o que eu falo mas não faça o que eu
faço... Já a Bolívia, o mais pobre país do continente,
é dona de uma respeitável reserva de gás natural (49 trilhões de pés cúbicos)
que é a sua principal fonte de renda. O que o indígena Evo Morales parece não
perceber claramente é que gás não tem o charme e o valor de petróleo sendo muito
mais barato e difícil de transportar. Ao estatizar e tentar expulsar a Petrobras de
solo boliviano Evo está decretando a falência do seu próprio país. Não há como
substituir o Brasil como maior cliente do gás boliviano. Irão faltar, o
know-how, o transporte, a tecnologia, o dinheiro e, finalmente, os clientes.
Mesmo com a propalada ajuda da Venezuela de Chávez a Bolívia terá um osso duro
de roer se o Brasil deixar de comprar o seu gás. O assunto estava parcialmente equacionado com o
gasoduto Brasil-Bolívia que é responsável pela viabilização das exportações do
gás boliviano. Da mesma forma que o gasoduto cria uma dependência do Brasil ele
cria a mesma dependência do lado boliviano que não tem para onde exportar o
volume que o Brasil deixar de comprar. Trata-se de uma relação simbiótica que
Evo desequilibrou. O fato é que os bolivianos terão que substituir
o Brasil, o seu maior cliente, até 2008 quando a nossa produção interna nos dará
a auto-suficiência. Enquanto isso devemos desengavetar os planos de
geração de energia a partir das nossas imensas reservas de carvão, do xisto
betuminoso e de novas hidroelétricas evitando, de uma vez por todas, esta
dependência que hoje nos coloca nesta incômoda situação. Autor: Pedro Jacobi - O Portal do Geólogo
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