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![]() O Geólogo e o mercado de trabalho no BrasilPublicado em: 19/07/2004 13:59:00 O GEÓLOGO E O
MERCADO DE TRABALHO NO BRASIL
Geólogo
Fernando Valverde Desde se perder no
fascinante mundo e encanto das gemas e metais preciosos, como diamantes,
esmeraldas, ouro, platina, paládio e outros, ou ainda pesquisar minerais como
cromo, níquel, cobre, zinco, titânio, carvão, petróleo, alumínio, bauxita,
manganês até analisar as estratificações cruzadas em uma rocha Marciana
descobertas recentemente pela sonda Opportunity no Planeta Vermelho, a atuação
do Geólogo é imprescindível. O que muita gente não
sabe é que o conhecimento geológico básico é fundamental à obtenção dos
confortos da vida moderna, ao desenvolvimento social e econômico e na
preservação ambiental, tanto de qualquer país da Terra, como do planeta como
um todo. Você talvez me pergunte:
mas o que faz um geólogo? Dentre milhares de atribuições, ele decifra os sinais
das rochas sobre onde se escondem os tesouros minerais da Terra, analisa o meio
ambiente, planeja da ocupação urbana, indica o melhor caminho para atravessar
uma montanha, o melhor local para colocar uma represa, uma grande ponte, um
arranha-céu ou para fazer um furo que forneça petróleo ou água para o nosso uso.
Essas são as habilidades que um profissional formado em Geociências pode
oferecer aos seus semelhantes.
Essas habilidades ele as aplica em atividades
como: preservação do meio ambiente, ensino e pesquisa em universidades e
institutos, trabalhos em empresas de mineração e companhias de exploração de
petróleo, cartografia em geral, exploração de recursos hídricos, prevenção de
desastres naturais (deslizamentos de encostas, assoreamento de rios e mangues),
geomatemática (aplicação de conhecimentos matemáticos a problemas geológicos),
geofísica (monitoramento de abalos sísmicos, definição da geometria de corpos
geológicos), geoquímica analítica (análise e interpretação de dados químicos de
minerais, rochas, solos e águas), sensoriamento remoto, tratamento digital de
imagens, mapeamento geológico etc.
Mas será que há mercado para o
geólogo no País? Eu diria que sim, pois existem inúmeras obras de engenharia
paradas que podem gerar emprego e desenvolvimento econômico e que precisam de
licença ambiental. Hoje, não se admite mais a construção de uma obra de grande
porte, sem o EIA/RIMA. Isso não existia há algum tempo atrás. Para se fazer um
EIA/RIMA completo é necessário ter Geólogos na equipe. Por outro lado, existem e
devem surgir grandes passivos ambientais: todas as obras que foram realizadas
sem cuidados ambientais precisam agora despoluir os estragos que fizeram: poços
de petróleo, postos de gasolina, indústrias químicas, siderurgia, fundições
(areias de fundição) etc. Nas cidades moram hoje 81% das pessoas do Brasil. É
preciso ocupar o espaço urbano respeitando suas limitações. É preciso proteger
mananciais e áreas de servidão para fornecer matérias primas minerais. É preciso
ainda proteger a população, como deslizamentos, tarefa em que o geólogo é
fundamental. Muito desastres naturais que acontecem hoje ocorreram por não ter
tido a participação do Geólogo no passado. “Outro problema das
grandes metrópoles é a necessidade de se planejar as cidades (Planos Diretores
Municipais) reservando-se áreas para as finalidades específicas (agricultura,
indústria, mineração, lazer, habitação, etc). As regiões metropolitanas no
Brasil vêm, dia após dia, requerendo quantidades cada vez maiores de insumos
minerais para a indústria da construção civil, como areia e brita, por exemplo.
Essas matérias-primas possuem uma baixa relação preço/volume, ou seja, são
grandes quantidades produzidas e baixo preço dos produtos, portanto o transporte
é fundamental. Não se traz brita da Amazônia para São Paulo, nem areia de Minas
Gerais pois o preço do frete seria um absurdo. Portanto, esses bens minerais
obrigatoriamente devem ser produzidos dentro ou no entorno dos grandes
aglomerados urbanos. E aí surge uma situação paradoxal. Uma sociedade criando
uma demanda cada vez maior de insumos minerais e, ao mesmo tempo, impedindo que
a atividade se desenvolva (ninguém quer morar do lado de uma pedreira, ou porto
de areia, nem tampouco de um aeroporto, ou cemitério, mas tudo isso tem que
coexistir). Por isso, há necessidade de planejamento. Saber onde estão, quanto
tem e para que servem os recursos minerais nos grandes centros urbanos para que
se preserve e planeje um aproveitamento racional deles. Neste quadro o papel do
geólogo é fundamental. No Brasil não existe nenhuma grande cidade com essa
preocupação. E cada vez mais estão buscando brita e areia mais longe. Não
existem políticas de preservação destes recursos, ou seja, a reserva de áreas
para a mineração atender as demandas futuras. Grandes reservas estão sendo
continuamente esterilizadas. Isso é papel do governo (nas três esferas), pois
destes bens minerais dependem as obras públicas (habitação, estradas,
pavimentação, infraestrutura etc.) fundamentais para a melhoria da qualidade de
vida das populações urbanizadas”, explica o Eng. Tasso T. Pinheiro é Presidente
do Sindipedras (Sindicato da Indústria de Mineração de Pedra Britada do Estado
de São Paulo).
Geólogo Fernando Valverde é
diretor executivo da Anepac -
Associação Nacional das Entidades de Produtores de Agregados para
Construção Civil. Autor: Pedro Jacobi - O Portal do Geólogo
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