Leilão da ANP: OGX leva 21 blocos

Ocorreu hoje, no Rio de Janeiro a 9ª rodada de licitações de áreas de petróleo e gás, promovida pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Esvaziada pelas multinacionais depois que a agência retirou do leilão blocos contíguos ao da megadescoberta da Petrobras, no campo de Tupi, a rodada de hoje consagrou a recém-nascida OGX, do empresário Eike Batista: a empresa levou 21 dos 23 blocos em que ofereceu lances, e vai desembolsar quase US$ 1,5 bilhão para explorar as áreas.

Animado, Batista afirmou não considerar elevados os valores desembolsados pela empresa na disputa, acrescentando que a estratégia esteve embasada em dados técnicos. Segundo o executivo, com a vitória obtida no leilão, a estreante OGX passa a ser a segunda maior empresa em áreas de exploração de petróleo e gás no país. Ele ainda brincou com o fato curioso de ter incluído o número de sua lancha de corrida, o 63, nos valores finais de todos os lances que apresentou. "Algum uso eu tenho que dar para minha lancha de corrida", afirmou Batista, que não participa de competições com a embarcação e não sabe se poderá visitar as plataformas da nova empresa com a lancha.

A nota lamentável da 9ª rodada de licitações ficou por conta da invasão, por parte de membros do grupo terrorista Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), das instalações da ANP, longe do hotel onde acontecia o leilão. Os terroristas queriam o cancelamento da rodada, além da revogação das autorizações concedidas em eventos passados – eles declararam, abertamente, que querem ver a Petrobras explorando todas as áreas. Segundo o diretor-presidente da ANP, Haroldo Lima, a exigência dos manifestantes não seria benéfica nem mesmo para a Petrobras, pois a anulação de contratos passados derrubaria o valor de mercado da estatal. "Eu estranho a reivindicação do MST, porque sempre achei que a luta dele fosse por terras". Nós, do Portal do Geólogo, também.