Jordânia admite desenvolver programa nuclear

Depois do retorno triunfante dos ternos pretos, da explosão do temaki de salmão e da música do grupo LCD Soundsystem, o Portal do Geólogo aponta mais uma tendência para 2008: programas nucleares em áreas de grande risco político. Depois do Irã seguir a passos largos com o desenvolvimento de energia atômica – alegadamente para fins pacíficos –, agora é a vez de a Jordânia, reino no Oriente Médio, revelar que desenvolve um programa nuclear com fins econômicos. O anúncio foi feito pelo rei Abdullah II em entrevista à revista alemã "Der Spiegel", pouco antes da conferência sobre o Oriente Médio a se desenrolar em Annapolis, EUA (não, não é a Anápolis de Goiás).

Trocadilhos e brincadeiras à parte, o tema é abordado de forma direta e aparentemente lúcida pelo monarca jordaniano, que menciona as reservas de urânio do país como motivo para desenvolver o setor: "A Jordânia tem a sorte de contar com quase 3% das reservas mundiais de urânio, e não é só isso, trata-se de urânio de altíssima qualidade. Isso faz com que a opção nuclear se torne muito interessante para nós. Resumindo: sim, temos um programa nuclear".

Ele também se mostra preocupado com a questão econômica da energia, mencionando que os preços do petróleo afetam negativamente a economia do país, e ainda fala sobre o "exemplo" que pode estar dando aos outros países árabes: "espero que ninguém no Oriente Médio pense em outra coisa além do uso pacífico da energia atômica"; sobre o Irã, afirmou que nenhum país árabe deve usar a energia nuclear para fins belicosos.