J. Mendes: a mina que vem sendo disputada a tapa pelo mercado

Com o aumento galopante das cotações do minério de ferro e os verdadeiros leilões de ativos do metal em todo o mundo, quem tinha uma mina de ferro ou uma propriedade de onde se pudesse extrair o metal passou a ter, com o perdão do trocadilho, uma mina de ouro. Áreas e mais áreas mudaram de mãos a preços exorbitantes, que depois se viam plenamente justificados. E agora surge a informação de que a maior mina de ferro independente do Brasil até o presente momento, a J. Mendes, está na reta final para definir qual será seu novo proprietário.

Localizada em Mateus Leme, no Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais, a J. Mendes é avaliada em cerca de R$ 2,5 bilhões, e seu leilão mobilizou algumas das maiores mineradoras e siderúrgicas do mundo: BHP Billiton, Vale, Arcelor Mittal, CSN, Gerdau e Usiminas. Segundo uma fonte ouvida pelo "Estado de São Paulo", o negócio deve ser concluído até o fim do mês, com um anúncio formal sendo esperado para janeiro.

Falando um pouco mais sobre a pujança da J. Mendes: ela produz 6 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, em sua maioria sinter-feed, em formato de pequenas pedras e de maior valor agregado. Pertence a José Mendes Nogueira, que é dono de outras quatro reservas minerais: a Siderúrgica Oeste de Minas S.A. (Somisa) - que, embora seja siderúrgica na razão social, opera apenas com mineração -, a Global, a J8 e a Pau de Vinho.

A região de Serra Azul, onde a mina fica, já viu outros quatro projetos mudarem de proprietários apneas em 2007: a primeira a ser vendida na região foi a Mina Itatiaiuçu, adquirida pela London Mining, que também tem projetos na Groenlândia e em Serra Leoa. Depois foi a vez de um consórcio entre Anglo American e MMX levar a AVG Mineração, por US$ 275 milhões - de quebra, o empresário Eike Batista teria, segundo fontes ligadas à empresa, comprado também a Minerminas, com reservas de 35 milhões de toneladas.

O terceiro negócio foi entre CSN e CFM: esta foi adquirida por US$ 440 milhões. E, no final de setembro, a Ferrous Resources do Brasil, empresa controlada por fundos de investimento dos EUA, Austrália e Inglaterra, pagou US$ 250 milhões pela Viga Mineração, com reservas de 500 milhões de toneladas.