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Hugo Chavez: um Bolívar movido a petrodólares



Publicado em: 28/04/2006 18:32:00

Não há como negar: Hugo Chavez, o Presidente da Venezuela, é o político mais evidente da América do Sul e tem como meta pessoal liderar o Continente como assim o fez o seu compatriota Simón Bolívar.

Ele  é polêmico e causa as reações mais controversas dos seus admiradores ou inimigos. Não existe meio-termo quando o assunto é Hugo Chavez:  espanto, admiração, ódio e, algumas vezes, simplesmente desdém.

Filho de professores, amante do baseball, Hugo graduou-se em Engenharia Militar em 1975. Desde então lançou-se em uma meteórica carreira política que passou por um fracassado golpe contra o Presidente Andrés Perez e, finalmente a eleição, pelo voto popular, em 1998. Chavez percebeu imediatamente que a força do seu país e, consequentemente da sua posição, dependia quase que exclusivamente do petróleo: a Venezuela é um dos maiores produtores de óleo e gás do mundo e isso confere um imenso poder a quem como ele tinha aspirações maiores.

Imediatamente, através de decretos presidenciais, estatizou o petróleo (51% do Estado) juntamente com os grandes latifúndios começando uma perseguição às empresas mineradoras de capital multinacional que foram obrigadas a sair da Venezuela (veja) perdendo com isso seus ativos, projetos e minas.

Neste período Chavez passa a pensar grande atacando a "mídia oligarquizada" (CNN, Globo, Televisa ) cujas reportagens o incomodavam.  Em pouco mais de um ano o político venezuelano começa a ter uma estatura global.  Começa, então, nascer o Bolívar em Chavez e a chamada Revolução Bolivariana que visa unir os latino-americanos e combater o "Império do Mal", metáfora usada por Chavez para os Estados Unidos.

Como Hugo Chavez conseguiu esta transformação de obscuro, quase pária, para um dos prícipais líderes sul americanos junto com Lula e Kirshner?

Em primeiro lugar ele procura espelhar-se em Simón Bolívar outro venezuelano de família aristocrática que foi um dos maiores líderes  sul americanos. Bolívar sonhava libertar as nações sul-americanas do jugo espanhol. Neste processo Bolívar foi presidente da Colômbia, ditador do Peru e presidente da recém-formada Bolívia, um novo país nomeado em sua homenagem.  Este estadista planejou realizar uma federação das nações da América do Sul, o que não conseguiu vindo a renunciar e a viver pobre e exilado em seu próprio país.

É por caminhos semelhantes que Chavez envereda acenando aos seus vizinhos sul americanos com a criação de entidades como a PetroSul, o Bandesur, Banco de Desenvolvimento Econômico e Social do Sul, para induzir o desenvolvimento regional, a Rede Sul de TV para se opor ao incômodo de uma mídia livre e o seu grande sonho: a Alba, uma versão bolivariana da Alca.

Chavez criou uma política regional baseada na oferta de petróleo e gás baratos, subsidiados a custa da pobreza de seu próprio povo, comprando com isso o apoio dos principais países do Caribe e do cone sul, inclusive o Brasil, à sua campanha antiimperialista.  A dualidade de Chavez transparece exatamente na venda do mesmo petróleo usado para fazer política na América Latina. Os Estados Unidos são o maior comprador de óleo da Venezuela: 15% de toda a importação americana de petróleo vem do país de Hugo Chavez...

É óbvio que Hugo Chavez é mais um dos erros crassos da política externa norte americana que relegou a América do Sul, e em especial o Brasil, a um plano secundário no cenário mundial. Este abandono explícito fez com que o Brasil, país líder sul americano, estabelecesse vínculos comerciais mais fortes com a União Européia, América Latina,  China  e África deslocando os Estados Unidos, o seu ex-principal parceiro, para terceiro lugar.  Os erros norte americanos são vários e fazem a América Latina se inclinar mais, a cada dia, para uma esquerda estatizante e retrógrada. A mais nova representante desta tendência, a Bolívia, através do seu novo presidente Evo Morales, já começou o processo de expulsão do capital estrangeiro com a ameaça de estatizar a Petrobras e a EBX de Eike Batista.

É esse desequilíbrio que Chavez, astutamente, usa quando oferece os seus preciosos petrodólares aos esfaimados e subdesenvolvidos vizinhos sul americanos.

A mais nova cartada do Presidente Venezuelano, que deverá enfrentar as urnas em 2007, é a da criação do super-gasoduto. Este gasoduto é uma destas obras que nem mesmo um faraó teria condições de imaginar. Serão mais de 8.000km de obras que irão da Venezuela até a Argentina passando por todo o Brasil, com ramais para o Uruguai e a Bolívia. Por incrível que possa parecer mais de 50% desta obra, os primeiros 4.800km serão construídos na região Amazônica e Centro-Oeste brasileiros que são pequenos consumidores de gás. Os cálculos preliminares apontam outro fato perturbador: o gás venezuelano será 5 dólares mais caros do que o Boliviano (veja). O super-gasoduto, orçado em mais de 20 bilhões de dólares, parece, na realidade ser mais um super-blefe de Chavez para conquistar através dessas promessas mirabolantes o apoio a causa bolivariana dos vizinhos sul americanos.

É importante lembrar que a nova descoberta da Petrobras de enormes campos de gás (veja) farão o Brasil ser auto-suficiente e exportador. Este mesmo Brasil que já é servido por um gasoduto que vem da Bolívia e assinou recentemente com a China contrato de construção do Gasene (veja) ...

A pergunta que se faz é: tem Chavez condições de cumprir todas essas promessas? Afinal ele não é tão popular até mesmo no seu próprio país que sofre, como o resto da América Latina, de sérias deficiências sociais mesmo sentados sobre a quarta maior reserva de petróleo do planeta. Em 2007 teremos novas eleições na Venezuela que poderão levar a um novo presidente não comprometido com a propalada revolução bolivariana.

Neste caso o que será de todas essas promessas?

Será o fim das ajudas, da compra da dívida externa (Argentina) e do financiamento de escolas de samba?


Autor:   Pedro Jacobi - O Portal do Geólogo


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