Garimpo ilegal reacende disputa fronteiriça entre Venezuela e Guiana

O governo da Guiana enviou na última sexta-feira tropas para a fronteira com a Venezuela, no oeste do país, pouco depois de denunciar que soldados venezuelanos fizeram uma incursão e destruíram duas dragas de mineração de ouro que garimpeiros usavam perto da fronteira, já em território guianense. Segundo o governo do país, soldados e helicópteros da Venezuela destruíram duas dragas fluviais usadas no garimpo.

Na continuação do episódio, o Ministério de Relações Exteriores da Guiana convocou o embaixador venezuelano em Georgetown, Darío Morandy, para que desse explicações sobre a suposta incursão, e agora a Guiana nvestiga se o incidente ocorreu no rio Wenamú, que traça a fronteira entre os dois países, ou no rio Cuyuní, que fica dentro do território da Guiana. Os militares guianenses disseram que os soldados venezuelanos usaram explosivos do tipo C-4 para demolir as dragas.

Há todo um histórico de problemas na fronteira entre os dois países: todo o território da Guiana a oeste do rio Essequibo - cerca de 60% do território atual guianense, é reivindicado pela Venezuela. Segundo os venezuelanos, a Inglaterra, que dominou a Guiana até 1966, quando foi a declarada a independência, usurpou o território a oeste do rio Essequibo no século XIX. A questão do garimpo vem sendo um ponto de muita controvérsia entre todos os países fronteiriços na região amazônica: ao mesmo tempo a região é de todos e de ninguém. E está mais longe do que nunca de uma solução.