Austrália: mineração entra na guerra eleitoral

Todos sabemos que, em meio a corridas eleitorais, os candidatos acham que vale qualquer coisa para conquistar os votos. E não é só aqui no Brasil: a regra vale em todo lugar do mundo onde haja política. Vem agora um exemplo do outro lado do mundo: na Austrália, o primeiro-ministro John Howard apelou para a mineração, tendo declarado, neste domingo, que um governo da oposição (o Partido Trabalhista), teria conseqüências desastrosas para o boom pelo qual o setor vem passando no país.

Howard, que deve sua sobrevivência política à habilidade com a qual vem manejando a economia australiana, afirmou que a vitória de seu principal adversário, o trabalhista Kevin Rudd, faria com que o país entrasse numa política industrial catastrófica, que não mais tomaria proveito da grande demanda de China e Índia por commodities minerais fornecidas por empresas australianas. E o acusou de fazer terrorismo, quando afirma que o boom do setor, ainda em plenos pulmões, está próximo.

O programa eleitoral de Rudd pretende empreender uma reforma trabalhista no país; Howard, adepto de uma plataforma economicamente liberal, tirou o poder dos sindicatos, encorajando os funcionários a negociar diretamente com os patrões; tais leis foram abraçadas pelo setor de mineração, especialmente na Austrália Ocidental, onde os projetos crescem em ritmo galopante até hoje. As eleições australianas estão marcadas para o próximo sábado, dia 24.