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Asteróide: o perigo que vem do céu!



Publicado em: 07/10/2004 19:12:00

 

Asteróide: o perigo que vem do céu!

Por Pedro Jacobi

A história do planeta está diretamente ligada a história dos corpos celestes que vagam dentro do nosso sistema solar. Durante milhões de anos fomos atingidos pelos mais variados corpos. Asteróides, cometas, meteoritos, poeiras enfim toda aquela matéria sólida que continuamente atinge a Terra.

No Pré-Cambriano a Terra sofreu , possivelmente, os maiores impactos de toda a sua história. Passamos por uma nuvem de asteróides que afetou diretamente a geologia do planeta, rompendo a fina crosta e despejando magma do manto. Uma rápida inspeção da nossa Lua é o suficiente para demonstrar a importância do evento. A superfície do nosso satélite foi totalmente bombardeada por meteoros, meteoritos e asteróides de todos os tamanhos. O mesmo ocorreu na Terra. No entanto, aqui, o efeito do clima e de uma geologia em mutação mascarou as cicatrizes causadas pelo intenso bombardeio.

O interessante é que este fenômeno ocorreu em um período de menos de 100 milhões de anos a 4,6 bilhões anos atrás.

A própria Lua é, possivelmente, um pedaço de Marte que foi capturado pela gravidade terrestre após um impacto que simplesmente obliterou toda a atmosfera marciana e lançou ao espaço uma enorme quantidade de matéria sólida.

Não é necessário ser muito criativo para entender que se o fenômeno se repetisse hoje, na Terra, seríamos totalmente extintos, assim como, provavelmente, grande parte da vida marciana o foi.

Estudos recentes sobre as idades das crateras lunares mostram que após o primeiro grande bombardeio, a 4 bilhões de anos, os impactos foram escasseando. Mas, no período Cambriano, houve mais uma fase de grandes e contínuos impactos na Lua e, consequentemente, na Terra.

O interessante é que nesta mesma época houve, também, uma explosão na vida do nosso planeta. Possivelmente estes impactos fizeram os seres vivos se reproduzir e adaptar às novas condições causando, ao contrário do que se esperava, um florescimento da vida com o aparecimento de grande número de espécies novas.

Impactos significativos parecem ter ocorrido, muito mais tarde, no Mesozóico quando os grandes sáurios foram simplesmente extintos.

A possibilidade de que o fenômeno venha a se repetir é um dos assuntos mais debatidos nos círculos científicos. A preocupação dos cientistas e astrônomos se concentra nos corpos cujo impacto poderá causar sérios problemas ao planeta, incluindo a extinção de grande parte dos seres vivos. Infelizmente essa possibilidade é matematicamente viável e, possivelmente, será a forma como seremos exterminados no futuro.

Através do impacto de um asteróide.

Asteróides existem aos milhares. Eles são corpos celestes que, no nosso sistema solar, orbitam em torno do Sol. A maioria está concentrada no cinturão de asteróides entre as órbitas de Júpiter e de Marte.

Os mais recentes estudos indicam que existem mais de 7.000 asteróides conhecidos alguns dos quais tem órbitas que cruzam a órbita terrestre e, no futuro, poderão colidir com o nosso planeta podendo causar desastres de proporções variadas.

Infelizmente ainda não temos telescópios potentes que nos permitam estudar os menores corpos com a precisão necessária. Existem apenas 26 asteróides com diâmetros superiores a 200km. O maior é o Ceres com quase 1000km de diâmetro. A massa de Ceres corresponde a 25% de toda a massa dos asteróides conhecidos.

No entanto, segundo a maioria dos cientistas, devem existir vários milhões de asteróides ainda não detectados.

Apenas recentemente tivemos a oportunidade de estudar, com maior detalhe aqueles asteróides que se aproximaram da Terra ou de nossos satélites artificiais. Foram o caso dos Toutatis, Castalia, Geographos and Vesta.

Em outubro de 1991, foi a vez do 951 Gaspra ser visitado pela sonda Galileo no caminho para Júpiter.

Este foi o primeiro asteróide a ser fotografado com imagens de alta-resolução. Em agosto de 1993, a Galileu se aproximou do asteróide 243 Ida.

Em junho de 1997, a nave NEAR (Near Earth Asteroid Rendezvous) fotografou o 253 Mathilde o primeiro asteróide com núcleo de carbono e no ano 2000 a mesma nave foi a primeira a pousar em um asteróide, o 433 Eros. O feito é histórico e foram emitidas mais de 160.000 fotografias de alta-resolução de ERos. Destas imagens 69 foram obtidas pouco antes da nave pousar no asteróide.

OS QUASE IMPACTOS

Nos últimos anos já foram reportados alguns "quase impactos" que poderiam ter mudado a nossa história.

A poucos anos atrás, em 2002 passamos por um grande aperto. Um asteróide do tamanho de um campo de futebol passou incrivelmente perto da Terra. Foi a vez do 2002 MN que a uma velocidade de 10km por segundo passou "raspando" a apenas 120.000km de distância! Esta distância é menos de 1/3 da distância da Terra à Lua.

Se o 2002 MN tivesse nos atingido ele poderia, dependendo de onde caísse e do ângulo de incidência, causar estragos seriíssimos. Talvez como o asteróide que explodiu sobre a Sibéria em 1908 destruindo mais de 200 quilômetros quadrados de florestas.

Em 1994 o 1994XL1 passou a apenas 100.000km do nosso planeta.

Estima-se que para causar um desastre global um asteróide deverá ter, no mínimo, um diâmetro de 1.000m.

 Este é o caso do Toutatis o último asteróide a ameaçar o nosso planeta.

 Toutatis é um asteróide gigante com o formato de um amendoim (vide foto) que passou razoavelmente próximo da Terra em 29 de setembro deste ano. O asteróide  Toutatis tem quase 5.000m de comprimento e poderia ter causado um desastre de enormes proporções se tivesse atingido a Terra.  Toutatis foi descoberto a apenas 15 anos por um astrônomo Francês e já esteve perto de uma colisão com a Terra no ano de 1353. Este asteróide tem uma órbita, ao redor do Sol, de 4 anos que vai da órbita Terra-Lua até o cinturão de asteróides entre Marte e Júpiter. Segundo os astrônomos a próxima vez que o Toutatis estará muito próximo da Terra só irá acontecer no ano 2562 e não será, ainda, o suficiente para uma colisão.

O FUTURO

Infelizmente temos que reconhecer o inevitável. A Terra será atingida no futuro (bastante distante segundo os cálculos astronômicos) por asteróides capazes de causar grande devastação.

A pergunta que se faz é se teremos condições de prever e até evitar que o desastre ocorra.

A Agência Espacial Européia estará fazendo a primeira experiência de prevenção de impacto de asteróide. Trata-se da missão Don Quixote. O objetivo é o envio de duas sondas (Sancho e Hidalgo) para um asteróide. Sancho vai chegar antes e entrar em órbita. Hidalgo deverá, então, se chocar a toda a velocidade, contra o asteróide. Sancho deverá medir o impacto e suas consequências como nível de destruição e mudança de trajetória. Com esse estudo será possível iniciar uma defesa real contra asteróides.

Os japoneses estão, também, lançando um projeto altamente criativo que visa agregar conhecimento sobre asteróides. A nave Hayabusa foi lançada em maio de 2003 para encontrar o asteróide 1998-SF36 em 2005. A nave vai estudar o 1998-SF36 de 1000m de comprimento por 5 meses. Neste período a nave vai disparar pequenos projeteis contra a superfície do 1998-SF36 esperando amostrar fragmentos do asteróide. Assim que coletar as amostras (em torno de 1 g de material) a Hayabusa iniciará o retorno à Terra com a sua preciosa carga. O retorno à Terra será em junho de 2007.

As estatísticas estão do nosso lado. Os cientistas correm contra o tempo tentando encontrar soluções para o perigo iminente que, mais tempo, menos tempo irá surgir do céu.

Um asteróide de grande porte em rota de colisão com a Terra.

Esperamos que as soluções cheguem antes...

 

 

 



 


Autor:   Pedro Jacobi - O Portal do Geólogo


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