Alta do petróleo começa a pressionar inflação

E aí, já abasteceu seu carro esse mês? Já? Então deve ter visto que, a despeito do petróleo estar em alta galopante no mercado internacional, os preços da gasolina e do diesel se mantém no mesmo nível há dois anos. Só que, ainda assim, a economia brasileira já começa a sofrer com o aumento da commodity no mercado internacional. Óleo combustível, querosene de aviação (QAV) e nafta petroquímica vêm acompanhando de perto a volatilidade externa e já começam a criar uma pressão inflacionária.

Dados da Fundação Getúlio Vargas indicam que o preço do óleo combustível no Brasil acumula alta de 20,89% ao longo deste ano - e a tendência é subir mais. O mercado espera para as próximas semanas o repasse para os preços do óleo combustível das altas do petróleo dos últimos dias. Na sexta-feira, o barril do petróleo atingiu cotação recorde de US$ 95,93 em Nova Iorque. O óleo combustível é usado por indústrias para aquecimento de fornos e caldeiras ou para geração de calor.

Nos cálculos sobre a inflação no varejo, a FGV detectou uma alta de 28,89% no preço das passagens aéreas apenas no terceiro trimestre, em boa parte devida aos preços do petróleo. E ainda tem a nafta, produto usado na cadeia do plástico, é outro produto que vem tendo repasses, apesar de os índices de atacado da FGV ainda não terem captado: dados do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura (CBIE) apontam que o preço do produto cresceu 14,3% até setembro.