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Os meteoritos e a extinção da humanidade: fato ou ficção?



Publicado em: 05/02/2009 18:16:00

 

por  Pedro Jacobi

 

Meteoritos gigantes em rota de colisão! A extinção da vida no Planeta!

Estas são algumas manchetes vistas com certa frequência na mídia que fazem as pessoas perderem o sono. A internet, volta e meia, se enche destas notícias sensacionalistas que após serem devidamente propagadas no ciberespaço, passam a ser consideradas como verdadeiros dogmas. A última notícia relativa ao meteorito  2002 NT7 teve as seguintes manchetes "Um meteoro gigante está em rota de colisão com a Terra, com impacto para daqui a 17 anos. O mundo se mobiliza para evitar o pior...."

Como saber se a notícia é verdadeira ou simplesmente sensacionalista? Será uma verdade ou apenas ficção?

 

Nesta matéria iremos apresentar os fatos atuais sobre o assunto sem imparcialidades ou sensacionalismos. Confira a seguir e julgue você mesmo as nossas chances de sobrevivência.

 

Existem meteoritos que podem apresentar algum perigo para o planeta?

 

Esta é a pergunta que todos se fazem e que pode ou não significar o fim da raça humana.

A resposta, infelizmente, é sim. Existem milhares, talvez, milhões de corpos celestes que podem vir a se chocar com o nosso planeta. Muitos pequenos colidem com a Terra a todo o momento e alguns, de maior porte, com certeza matemática irão atingir o planeta, mais dia menos dia.

Esta é uma verdade irreversível.

A Terra, assim como a Lua, já foi bombardeada por meteoritos de todos os tamanhos. A maioria destes impactos ocorreram no Pré Cambriano e  no Arqueano, bilhões de anos atrás (veja mais). A cada 50 a 100 milhões de anos sofremos impactos significativos que causaram, em várias ocasiões, a extinção de espécies. O evento mais publicado é o do impacto que ocorreu no Golfo do México, 65 milhões de anos atrás, que extinguiu, em pouquíssimo tempo, os dinossauros.

Hoje em dia acredita-se que a extinção de muitas espécies, no passado geológico, ocorreu graças a enormes desastres globais causados pelo encontro entre a Terra e estes meteoritos de grande porte.

Estima-se que um meteorito com diâmetro acima de 1.000m tem a capacidade de destruição global que tanto tememos.

As mudanças climáticas e geológicas juntamente com os intemperismos físico-químicos mascaram as cicatrizes destes enormes choques dificultando o trabalho dos geólogos e pesquisadores. Em alguns casos é possível perceber que algumas grandes anomalias geológicas como o Complexo Máfico-Ultramáfico de Sudbury no Canadá são decorrentes destas grandes catástrofes naturais. 

Calcula-se que o meteorito que causou Sudbury fosse um gigante de mais de 8.000m de diâmetro que simplesmente destruiu e vaporizou a crosta superior, de aproximadamente 35km de espessura, na época do impacto há 1.8 bilhões de anos atrás. A região foi invadida por rochas magmáticas de alta temperatura resultantes da fusão da crosta e do manto. A cratera resultante do choque era uma mega-depressão de 300km de diâmetro por 6km de profundidade.

Impactos como o de Sudbury ocorrem de tempos em tempos mostrando que existe uma "nuvem" de meteoritos de grande porte que intersecta o caminho da Terra. Se o impacto ocorresse hoje a humanidade provavelmente seria varrida da face da Terra juntamente com um grande número de espécies vegetais e animais.

Sabemos, portanto, que no futuro a Terra estará, mais uma vez, encontrando-se  com estes grandes meteoritos e que os resultados poderão, realmente, ser definitivos. 

Uma notícia atenuante, para poucos, é que a extinção da vida é praticamente impossível como o resultado de um impacto, por maior que este seja. Sabemos hoje que certas bactérias e vírus podem resistir a temperaturas e pressões elevadíssimas que, mesmo se lançados ao espaço em pedaços rochosos da extinta Terra, poderão resistir por milhões de anos até encontrarem um novo ambiente que propicie a sua evolução.

Preocupado com o futuro de nosso planeta?  Leia sobre as nossas chances imediatas abaixo.

 

Como são medidas as chances de um impacto e o seu potencial destrutivo?

 

Os astrônomos criaram, em 1999, uma escala de 0 a 10, denominada Escala de Torino, que mede o risco e a capacidade destrutiva de um impacto na Terra. A Escala de Torino pode ser encarada como a escala Richter para terremotos.  De uma forma geral a maioria dos astrônomos estava dividida entre informar ou não à população sobre possíveis impactos destrutivos o que poderia causar uma reação de pânico coletivo. Muitos alegam que, na maioria das vezes, uma descoberta que parece ser uma ameaça, quando estudada mais detalhadamente, passa a não ter potencial destrutivo que foi determinado anteriormente. Consequentemente eles estariam protegendo o público destas incertezas e de preocupações desnecessárias.

No entanto no início do ano um grupo de astrônomos liderados por um Professor do MIT fizeram uma revisão sobre o assunto e decidiram manter a opinião pública informada sobre estes fatos. Nesta revisão eles tentaram suavizar as definições da escala de Torino que apresentamos, na íntegra, abaixo.

 

Escala de Torino

Sem perigo Zona branca

0

A probabilidade de colisão é considerada zero. Nesta faixa são posicionados, também, os corpos que irão se desintegrar na entrada da atmosfera sem causar danos.
Normal
Zona verde

1

Descobertas de rotina sem perigo potencial e de colisão extremamente improvável. Com mais observações os corpos classificados como 1, nesta escala serão, novamente, reclassificados como de nível zero.
É recomendado cuidado especial e monitoramento pelos astrônomos
Zona amarela

2

Objetos que podem apresentar perigo de colisão e que devem ser monitorados para que seja estabelecida uma órbita mais precisa. Não existe motivo para maiores preocupações. Em geral, após novas observações estes corpos serão reclassificados como de nível zero.

3

Corpos com possibilidade de 1% de causarem danos localizados. O público será informado se o impacto ocorrer em menos de uma década. Em geral, após novas observações estes corpos serão reclassificados como de nível zero.

4

Corpos com possibilidade de 1% de causarem danos maiores de caráter regional. O público será informado se o impacto ocorrer em menos de uma década. Em geral, após novas observações estes corpos serão reclassificados como de nível zero.
Ameaça de impacto
Zona laranja

5

Objeto em rota de colisão com potencial de dano regional. É necessário um estudo crítico e urgente para determinar se o impacto vai ou não acontecer. Governos deverão criar planos estratégicos para enfrentar a ameaça.

6

Objeto em rota de colisão com potencial de dano global. É necessário um estudo crítico e urgente para determinar se o impacto vai ou não acontecer. Governos deverão criar planos estratégicos para enfrentar a ameaça.

7

Objeto de grande porte, em rota de colisão com potencial de dano global no século. É necessário um estudo crítico e urgente para determinar se o impacto vai ou não acontecer. A comunidade internacional deverá criar planos estratégicos para enfrentar a ameaça.
Impacto certo
Zona vermelha

8

Impacto certo com potencial de destruição localizada em terra ou causador de tsunamis se na água. Impactos deste tipo podem ocorrer a cada 50-1000 anos.

9

Impacto certo com potencial de destruição regional em terra ou causador de enorme tsunami se na água. Impactos deste tipo ocorrem em períodos de 10.000-100.000 anos.

10

Impacto certo com potencial de destruição global com mudanças climáticas e possível destruição da civilização tanto faz o impacto na terra ou nos oceanos. Impactos deste tipo ocorrem em períodos de 100.000 anos ou mais.

 

Qual a chance de termos uma colisão de grande porte no futuro próximo?

 

Felizmente, como veremos abaixo as chances de um impacto significativo neste século, até onde se sabe**,  é, simplesmente, muitíssimo pequena.

Os corpos estelares que orbitam no nosso sistema solar, meteoritos e cometas são chamados coletivamente de NEO ("near Earth objects") pelos astrônomos.

Na tabela abaixo estão listados os 83 NEOs mais importantes com suas principais características como Escala de Torino, diâmetro, velocidade, probabilidade de impacto e o período de um possível impacto.

Pode-se observar que na lista existem dois asteróides com diâmetro superior a 1km ou seja: capazes de uma destruição de proporções globais. Ambos tem uma probabilidade em torno de zero de chocar-se contra a Terra neste século.

**: como a cada ano são descobertos 500 novos NEOs as coisa podem mudar rapidamente...


 

Lista dos NEOs observados nos últimos 60 dias

Nome

 

Ano de um potencial impacto

 

Probabilidade de impacto

 

Velocidade em relação a Terra
(km/s)

Diâmetro estimado

(km)
Escala de Torino
 
2004 VD17 2102-2104 3.1e-04 18.22 0.580 1
99942 Apophis (2004 MN4) 2036-2054 1.8e-04 5.87 0.320 1
2005 VC 2012-2104 2.3e-07 14.20 1.314 0
2005 TU45 2016-2100 9.1e-09 18.64 1.342 0
2005 UO 2063-2094 2.4e-06 18.98 0.130 0
2005 VN5 2047-2102 7.4e-05 6.57 0.010 0
2005 VL1 2031-2104 1.6e-05 6.40 0.020 0
2005 TH50 2031-2094 5.7e-05 4.93 0.010 0
2005 UL6 2068-2068 6.1e-07 12.00 0.040 0
2005 VP 2045-2103 8.8e-08 12.71 0.030 0
2005 TA 2099-2102 1.8e-06 4.82 0.010 0
2005 UA1 2036-2036 7.8e-08 14.68 0.020 0
2005 UC3 2058-2092 1.5e-07 8.18 0.010 0
2005 SP1 2080-2080 9.8e-10 16.96 0.070 0
2005 TK50 2027-2100 1.3e-08 21.47 0.010 0


 

NEOs conhecidos mas não observados recentemente

Nome Ano de um potencial impacto Probabilidade de impacto Velocidade em relação a Terra
(km/s)

Diâmetro estimado

(km)
Escala de Torino
 
1997 XR2 2101-2101 9.7e-05 7.17 0.230 1
1994 WR12 2054-2102 1.0e-04 9.84 0.110 0
1979 XB 2056-2101 3.3e-07 24.54 0.685 0
2000 SG344 2068-2101 1.8e-03 1.37 0.040 0
2000 QS7 2053-2053 1.3e-06 12.32 0.420 0
1998 HJ3 2100-2104 2.1e-07 24.09 0.694 0
2004 XK3 2029-2104 1.7e-04 6.55 0.040 0
1994 GK 2051-2071 6.1e-05 14.87 0.050 0
2000 SB45 2074-2101 1.5e-04 7.54 0.050 0
2001 CA21 2020-2073 1.7e-08 30.66 0.678 0
2005 QK76 2030-2083 5.3e-05 19.67 0.030 0
2005 ED224 2018-2064 2.8e-06 25.17 0.054 0
2002 TX55 2089-2096 1.8e-05 10.15 0.060 0
2005 EL70 2034-2058 1.8e-06 35.50 0.050 0
2005 BS1 2016-2041 8.2e-05 12.36 0.010 0
2001 BB16 2084-2100 5.4e-06 3.57 0.100 0
2002 VU17 2084-2099 1.9e-05 13.69 0.040 0
2000 TU28 2104-2104 2.3e-07 9.47 0.280 0
2001 AV43 2066-2097 1.7e-05 3.71 0.040 0
2002 RB182 2044-2086 1.5e-06 13.20 0.090 0
2002 MN 2070-2101 3.3e-06 10.40 0.070 0
2002 GJ8 2089-2089 1.2e-08 26.27 0.460 0
2001 FB90 2021-2091 7.7e-09 26.56 0.345 0
2004 VM24 2074-2098 2.9e-05 12.86 0.020 0
2004 PU42 2071-2103 7.7e-05 10.11 0.010 0
2005 NX55 2011-2102 3.1e-08 24.75 0.140 0
2001 GP2 2043-2099 1.0e-04 2.58 0.010 0
2004 HZ 2023-2023 9.1e-08 13.26 0.120 0
1996 TC1 2054-2075 9.4e-07 24.04 0.060 0
1995 CS 2042-2073 3.7e-06 24.91 0.030 0
2004 FU162 2006-2104 6.5e-05 9.80 0.006 0
1994 GV 2048-2086 9.2e-05 8.15 0.010 0
6344 P-L 2022-2052 2.8e-08 15.34 0.207 0
2000 LG6 2075-2101 8.6e-04 2.10 0.010 0
2004 ME6 2017-2099 1.1e-07 12.05 0.102 0
2005 AU3 2048-2105 9.1e-06 14.46 0.020 0
2001 BA16 2033-2051 5.3e-06 4.90 0.020 0
2003 LN6 2061-2099 1.6e-06 3.96 0.040 0
2002 UV36 2087-2087 1.5e-05 8.06 0.020 0
2001 SB170 2089-2095 6.5e-08 22.49 0.110 0
1999 RZ31 2056-2056 4.5e-07 8.20 0.060 0
2001 QJ96 2032-2032 9.0e-09 26.69 0.130 0
2004 VZ14 2076-2104 2.0e-06 15.20 0.030 0
1999 SF10 2080-2100 1.0e-06 4.76 0.050 0
2004 GE2 2100-2100 1.9e-08 20.57 0.180 0
1998 DK36 2025-2100 7.1e-07 6.19 0.030 0
2004 BN41 2086-2098 1.5e-06 7.56 0.020 0
2002 XV90 2101-2101 8.2e-07 7.63 0.030 0
2003 WT153 2044-2103 1.2e-05 4.33 0.010 0
1997 TC25 2090-2096 2.9e-07 9.92 0.040 0
2004 RU109 2038-2053 6.1e-07 12.93 0.020 0
2002 TY59 2074-2084 4.8e-07 8.22 0.030 0
2003 UQ25 2093-2093 5.2e-08 18.01 0.050 0
2003 DW10 2046-2054 4.1e-07 7.82 0.020 0
2002 CB19 2049-2049 5.7e-08 15.73 0.040 0
1997 UA11 2073-2073 1.5e-07 11.96 0.030 0
2001 UO 2020-2020 5.4e-09 16.28 0.050 0
2003 UM3 2022-2099 1.2e-06 14.38 0.010 0
2005 GQ33 2051-2103 7.2e-09 20.78 0.060 0
1991 BA 2014-2096 8.7e-07 18.03 0.010 0
2000 SZ162 2070-2096 5.3e-07 4.18 0.010 0
1998 BT13 2036-2036 6.0e-08 8.03 0.020 0
2001 YN2 2020-2020 3.2e-09 18.49 0.030 0
2004 XB45 2035-2054 2.0e-08 17.00 0.020 0
2004 XM29 2045-2045 4.0e-10 15.11 0.090 0
2003 YS70 2075-2103 8.9e-07 3.14 0.010 0
2004 XO63 2065-2065 4.5e-09 8.16 0.020 0
2002 TA58 2081-2081 3.0e-09 11.30 0.020 0


Existe a possibilidade de novas descobertas que venham a mudar as nossas chances de impacto neste século?

Com o advento de novos telescópios e tecnologias um grande número de descobertas estão sendo sistematicamente feitas.

A cada nova descoberta surge, consequentemente, uma nova consciência sobre o risco. No gráfico abaixo percebe-se que são descobertos mais de 500 corpos novos a cada ano o que demonstra claramente que  o espaço é muito mais povoado do que se acreditava e que uma destas descobertas poderá ser de um asteróide de grande porte em rota de colisão.

Table: Number of Near-Earth Asteroid Discoveries at Half-Year Intervals: All Asteroids

 

A pergunta que se faz é quando será detectada a primeira ameaça real de impacto...

 

Algum asteróide já foi classificado como uma grande ameaça no passado?

 

Sim vários!

Em algumas ocasiões os astrônomos classificaram o risco de um impacto de asteróide como acima de zero na Escala de Torino, o que é considerado raro. O mais recente e com o maior índice de risco de toda a história, ocorreu agora, em Dezembro de 2004. Nesta ocasião o asteróide 2004 MN4 foi classificado como nível 4 na Escala de Torino, algo que nunca havia ocorrido anteriormente. Este objeto, com um diâmetro de aproximadamente 320m foi descoberto quando se encontrava a 14,9 bilhões  de quilômetros da Terra.

A previsão, feita em 24 de Dezembro de 2004 não podia ser pior...Os estudos feitos, em caráter preliminar, pela NASA, neste dia  24, mostravam que a órbita do 2004 VD17 sugeria um impacto em 13 de Abril de 2029. Um dia depois a mesma NASA estimava uma probabilidade de impacto extremamente elevada: 1 em 60. O evento foi, então, classificado como 4 na Escala de Torino. A notícia se espalhou e muitas manchetes já anteviam grandes desastres.

Imediatamente os telescópios do mundo passaram a estudar o 2004 MN4. Como resultado deste esforço concentrado, poucos dias após a divulgação da ameaça, em Janeiro de 2005 novas estimativas, feitas pelo radar de Arecibo, já apontavam para a improbabilidade do choque.

Logo depois da equipe do Arecibo, Jeff Larsen and Anne Descour do Spacewatch Observatory conseguiram medir, com maior precisão, a órbita do asteróide por um período de 3 meses. Estas observações permitiram estabelecer que, em nenhuma simulação possível, o impacto previsto para 13 de Abril de 2029 deverá existir.

 

Ufa!!

Este foi o final feliz de uma descoberta que parecia ser catastrófica e que tirou o sono de muitos.

O meteorito 2002 NT7 teve uma história semelhante. Ele teve o seu impacto previsto para 17 anos (2029) e, após um período de estudos mais detalhados, também foi considerado como zero na Escala de Torino.

Infelizmente não há como fugir destas notícias, que quando precoces, podem chegar à mídia sensacionalista que imediatamente se transforma no arauto do fim do mundo.  (veja mais)

Abaixo uma tabela mostrando os objetos que estiveram muito próximos de um choque somente neste mês de novembro de 2005.

 

NEOs recentes que estiveram próximos da Terra
1 AU = ~150 milhões de quilômetros
1 LD = Distância lunar = ~384,000 quilômetros
Nome Data da aproximação Distância (AU) Distância(LD) Diâmetro estimado Velocidade relativa
(km/s)
(2005 VY1)  2005-Nov-08 0.0087 3.4 17 m - 39 m 6.93
(2005 UG5)  2005-Nov-08 0.1289 50.2 36 m - 79 m 3.25
(2005 VT7)  2005-Nov-09 0.0320 12.5 76 m - 170 m 8.95
(2005 VG7)  2005-Nov-09 0.0100 3.9 33 m - 73 m 11.02
(2005 TF)  2005-Nov-11 0.1497 58.2 260 m - 580 m 7.41
(2005 VN5)  2005-Nov-12 0.0035 1.3 11 m - 24 m 6.59
(2005 WA)  2005-Nov-13 0.0080 3.1 44 m - 98 m 8.00
(2000 WN10)  2005-Nov-14 0.1650 64.2 270 m - 600 m 12.43
(2005 UX5)  2005-Nov-17 0.1695 66.0 160 m - 350 m 14.55
(2005 SX4)  2005-Nov-18 0.1797 69.9 230 m - 520 m 5.16

.

 

 

Somente em 2005, ano que ainda não terminou, tivemos 10 eventos que merecem destaque. Observe que quatro destes asteróides tem diâmetros superiores a 100m o que significa uma capacidade destrutiva elevada. O que passou mais perto foi o  2005 VN5 que esteve 1,3 vezes a distância da Terra a Lua.

 

Ainda neste ano estão chegando outros 30 asteróides (veja na tabela abaixo). Pelo menos 3 deles tem dimensões maiores que 1.000m de diâmetro. No entanto todos passarão ao largo e não são considerados ameaças ao planeta.

 

METEORITOS SE APROXIMANDO DA TERRA
1 AU = ~150 milhões de quilômetros
1 LD = Distância lunar = ~384,000 quilômetros
Nome Data da aproximação Distância (AU) Distância(LD) Diâmetro estimado Velocidade relativa
(km/s)
(2005 UW6)  2005-Nov-19 0.0458 17.8 110 m - 260 m 24.06
(2005 VF)  2005-Nov-19 0.0474 18.4 31 m - 69 m 6.80
(2005 UL5)  2005-Nov-21 0.0966 37.6 270 m - 600 m 16.02
(2001 WW1)  2005-Nov-24 0.1091 42.5 110 m - 250 m 11.43
53409 (1999 LU7)  2005-Nov-27 0.1926 75.0 500 m - 1.1 km 21.17
(2002 RX211)  2005-Dec-01 0.1660 64.6 660 m - 1.5 km 6.03
(1999 VX25)  2005-Dec-05 0.1050 40.9 12 m - 27 m 6.55
(1994 XL1)  2005-Dec-06 0.0373 14.5 190 m - 420 m 15.67
(2005 VH1)  2005-Dec-07 0.1396 54.3 66 m - 150 m 6.85
(2002 HW)  2005-Dec-15 0.0921 35.8 370 m - 820 m 10.09
(2002 LW)  2005-Dec-16 0.1076 41.9 86 m - 190 m 8.40
(2004 AR1)  2005-Dec-16 0.1498 58.3 300 m - 670 m 10.78
(2002 GR)  2005-Dec-16 0.1713 66.7 64 m - 140 m 7.64
(2004 QA22)  2005-Dec-19 0.1894 73.7 6.9 m - 16 m 9.31
(2003 WP25)  2005-Dec-21 0.1311 51.0 35 m - 79 m 3.86
(2002 JD9)  2005-Dec-23 0.1087 42.3 87 m - 200 m 12.92
(2001 XY10)  2005-Dec-23 0.1543 60.0 450 m - 1000 m 21.06
101869 (1999 MM)  2005-Dec-27 0.1480 57.6 370 m - 830 m 13.77
(2004 YG1)  2005-Dec-27 0.0672 26.2 140 m - 320 m 11.07
(2004 BV102)  2005-Dec-29 0.1947 75.8 830 m - 1.9 km 17.84
(1997 YM9)  2005-Dec-31 0.0575 22.4 30 m - 66 m 4.23
(2002 AA29)  2006-Jan-09 0.1318 51.3 41 m - 91 m 7.12
(2005 UG5)  2006-Jan-10 0.1160 45.1 36 m - 79 m 4.04
3361 Orpheus  2006-Jan-11 0.1597 62.2 420 m - 930 m 7.25
(2003 YN107)  2006-Jan-14 0.0690 26.8 15 m - 33 m 2.46
(2005 UT64)  2006-Jan-15 0.1631 63.5 240 m - 530 m 10.57
(2005 BM1)  2006-Jan-16 0.0994 38.7 22 m - 50 m 11.16
(2002 CW11)  2006-Jan-23 0.1096 42.6 18 m - 40 m 9.17
(2005 CN)  2006-Jan-25 0.1875 73.0 67 m - 150 m 5.16
(2001 NH6)  2006-Jan-26 0.1780 69.3 420 m - 950 m 25.72
 

 

O que podemos fazer?

 

Os governos dos EUA e do Japão tem programas definidos, em andamento, que visam proteger o planeta de um asteróide potencialmente perigoso. Muitos outros governos tem programas de monitoramento que visam a identificação antecipada de uma colisão com um asteróide. 

Pouco tempo atrás, em 4 de julho de 2005 o programa Deep Impact teve um final feliz. Tratava-se do primeiro estudo feito em um cometa pelo Homem.

Os programas atuais visam a deflexão de asteróides com, no mínimo, 200m de diâmetro, capazes de causar um desastre de proporções similares a uma bomba atômica de 600 megatons. Se o choque for no oceano o tsunami resultante poderá ser simplesmente devastador.

No entanto a deflexão de um asteróide de 200m pode não ser tão fácil assim . Afinal, se o corpo tiver uma composição de ferro-níquel a sua massa poderá atingir a 1 milhão de toneladas.

Imagine a energia necessária para mudar a órbita de um monstro de 1 milhão de toneladas movendo-se  a uma velocidade de 100.000km/h...

Temos muito que aprender. Será que ainda temos tempo suficiente? Tudo leva crer que sim.

 


Autor:   Pedro Jacobi - O Portal do Geólogo

 
12.000 ANOS DE ABANDONO  um livro de Pedro Jacobi

Caro usuário do Portal do Geólogo
Se você gosta de descobertas arqueológicas inéditas no meio da Amazônia vai gostar do livro que estou lançando. É um não ficção sobre uma pesquisa real que estou fazendo.

Com o avanço do desmatamento e com o auxílio da filtragem digital em imagens de satélites, descobri nada menos do que 1.200 belíssimas construções milenares, no meio da Amazônia — totalmente inéditas.

São obras pré-históricas, algumas datadas em 6.000 anos, incrivelmente complexas e avançadas — as maiores obras de aquicultura da pré-história que a humanidade já viu.
Neste livro você se surpreenderá com essas construções monumentais, grandiosas e únicas, feitas por aqueles que foram os primeiros arquitetos e engenheiros do Brasil.
Trata-se de importante descoberta arqueológica que vai valorizar um povo sem nome e sem história. Um povo relegado a um plano inferior e menosprezado pela maioria dos cientistas e pesquisadores.

Dele quase nada sabemos. Qual é a sua etnia, de onde veio, quanto tempo habitou o Brasil e que língua falava são pontos a debater.
No entanto o seu legado mostra que ele era: muito mais inteligente, complexo e tecnológico que jamais poderíamos imaginar.
Foram eles que realmente descobriram e colonizaram a Amazônia e uma boa parte do Brasil.
E, misteriosamente, depois de uma vida autossustentável com milhares de anos de uma história cheia de realizações eles simplesmente desapareceram — sem deixar rastros.
Para onde foram?

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