Manifestantes bloqueiam acesso a planta da Alcoa no Pará

Desde o último sábado, quem tenta chegar à planta da Alcoa em Juriti Velho, na divisa do Pará com o Amazonas, não tem sucesso: a Estrada do Jabuti, que dá acesso ao projeto, está bloqueada por famílias locais que querem “discutir” o impacto sócio-ambiental decorrente da implantação da fabricante de alumínio na área. A companhia tem projetos em Juriti há oito anos, quando adquiriu a Reynolds Metais e iniciou a prospecção mineral nos platôs Capiranga, Guaraná e Mauari; estima-se que a região de Juriti tenha 700 milhões de toneladas de bauxita, o que faria da área um dos maiores depósitos do minério em todo o mundo.

A pauta de discussões dos moradores com a Alcoa inclui reivindidação de pagamento por danos e prejuízos causados com a instalação da empresa na área do Projeto de Assentamento Extrativista (PAE) Juriti Velho, pagamento pela ocupação das terras, participação de 1,5% no resultado da lavra e pagamento pela madeira retirada da área do PAE. Em 2005, antes de a companhia obter sua licença ambiental, o Ministério Público Federal fiscalizou as obras, mas agora, por meio de sua assessoria de imprensa, o órgão informou que investigará a conduta de funcionários da Secretaria de Meio Ambiente paraense. O MPF ainda está levantando dados sobre problemas relativos a direitos sociais básicos gerados pela instalação da empresa no município, como os impactos nas áreas de saúde, moradia e educação, além dos impactos sofridos diretamente pela população do entorno do empreendimento.

E enquanto isso, o projeto, que ainda inclui um porto e uma ferrovia, continua paralisado.