Em novo estudo, geólogo brasileiro calcula a data do surgimento do rio Amazonas

Um estudo publicado nesta semana, conduzido por um grupo de cientistas liderado pelo geólogo Jorge Figueiredo, revelou que o rio Amazonas, o maior rio do mundo em volume de água, nasceu há 11,8 milhões de anos. A pesquisa mostra, ainda, vários fatos interessantes sobre a "adolescência" e a "idade adulta" do rio, como o fato de que a região oriental do Amazonas teve um rio menor durante o período do Médio Mioceno, enquanto a porção ocidental, onde atualmente se localizam o Peru, a Colômbia e os estados brasileiros do Acre e do Amazonas, era uma área encharcada, semelhante a um pântano.

Mas as coisas começaram há mudar 11,8 milhões de anos atrás, dizem os geólogos, em parte por conta do aumento do manto de gelo na Antártida, parte por causa da elevação da cordilheira dos Andes. Ambos os processos acabaram há aproximadamente 11,3 milhões de anos, e conectaram os pântanos do oeste ao pequeno rio a leste: nascia o Amazonas. Durante sua infância, que acabou há 6,8 milhões de anos, muitos lagos rodeavam o rio, que tinha um curso sinuoso e acabava, com isso, depositando sedimentos no continente.

O final deste período foi marcado pelo aumento na quantidade de sedimentos, trazidos por um crescimento ainda maior dos Andes; as partículas começaram a obliterar os lagos, o que levou o rio à sua fase adulta. As novidades do estudo residem, em boa parte, na datação dos estágios da evolução do Amazonas; ademais, a pesquisa é outro passo na direção contrária da teoria segundo a qual o Amazonas nasceu há 5 milhões de anos e fluía a partir do Atlântico e em direção ao que no futuro seria a cordilheira dos Andes.

Cá no Portal do Geólogo, gostaríamos de nos juntar ao senador Arthur Virgílio, que saudou o estudo na última quinta-feira em pronunciamento na tribuna do Senado Federal, e parabenizar o geólogo Jorge Figueiredo e sua equipe pela pesquisa, um grande passo nos estudos da geologia brasileira.