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O gás do xisto: uma nova realidade energéticaPublicado em: 30/01/2013 10:48:00
por
Pedro Jacobi No Brasil o assunto da extração de gás de folhelhos e xistos betuminosos
ainda é tratada como uma nova fronteira tecnológica. Os primeiros testes de extração de gás do xisto deverão ser feitos em abril
deste ano pela Petra Energia que já perfurou 14 poços no Brasil. O método a ser utilizado pela Petra ainda não foi tentado no Brasil: trata-se
do fraturamento hidráulico, ou fracking, que abre espaços na rocha perfurada
para onde o gás natural migra e pode ser extraído. O método consiste na injeção
de fluidos especiais, com altíssima pressão nos folhelhos fonte. O folhelho é
fraturado e são injetadas partículas como areia fina e cerâmica nas fraturas
abertas. Esse preenchimento evita que essas fraturas fechem sob a pressão
isostática quando o fraturamento hidráulico parar. Com as fraturas preenchidas
por essas partículas a porosidade do reservatório é aumentada e os gases irão
automaticamente migrar para esses condutos podendo então ser bombeados para
reservatórios na superfície. O método vem sendo utilizado desde 1949 e pode apresentar alguns efeitos
colaterais como poluição do nível freático com produtos químicos e até mesmo do
ar caso haja fuga dos gases para a atmosfera. Essa metodologia está sendo responsável por uma verdadeira revolução
industrial nos EUA. Lá o fraturamento hidráulico permite a extração de gás a
custos baixíssimos e competitivos o que permitirá a criação de novas
siderúrgicas de redução direta (DRI) a gás natural em um país onde a indústria
do aço estava sucateada e obsoleta (veja). Estima-se que o gás extraído desta forma representará 70% de todo o gás
americano no futuro próximo. No Brasil as possibilidades são enormes e interessantes. Folhelhos com
potencial econômico ocorrem principalmente na Bacia do Paraná e em muitas outras
bacias sedimentares do Brasil, ocupando enormes áreas com grande potencial. O nosso futuro deve ser brilhante. Estados não produtores de gás natural poderão vir a ser auto-suficientes e
até mesmo exportadores. O custo da energia deverá cair como ocorreu nos Estados
Unidos. Novas siderurgias a gás irão fazer parte do nosso cenário o que irá
baixar, ainda mais, os custos da metalurgia dos aços e derivados tornando o
Brasil mais competitivo e mais rico. Indústrias de fertilizantes e até mesmo
plantas de gasolina poderão ser construídas para atender a produção do gás
natural. No nosso País ainda temos um bom caminho a percorrer. A lacuna de
conhecimento e da tecnologia será maior junto aos órgãos governamentais que
deverão legislar e fiscalizar o fracking dos folhelhos como o DNPM, CPRM e o
IBAMA. Estes órgãos, provavelmente, estão defasados quando o assunto é fracking.
É interessante que o Governo Brasileiro envie Geólogos destes órgãos aos
Estados Unidos para poderem aprender, de forma rápida, sobre a geologia,
tecnologia, equipamentos usados, procedimentos, legislação e contaminações
ambientais ligadas ao fracking ou fraturamento hidráulico. Temos que estar um passo à frente. Você é o que você sabe... Autor: Pedro Jacobi - O Portal do Geólogo
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