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Nem tudo são rosas no gás do xisto



Publicado em: 24/11/2013 19:09:00

Por Pedro Jacobi  
 

 

A queda brusca na produção de gás, em poços de produção, localizados nos xistos americanos é assustadora. Para quem não conhece do assunto, é claro.
O gráfico mostra que em pouco menos de sete meses a maioria dos poços irão produzir apenas 50% da produção inicial e que em 4 anos a produção de gás cairá 90%.
O gráfico mostra, também, que a produção cai rapidamente no primeiro ano e tende a se estabilizar a partir do segundo ano. Desta forma, os poços de produção de gás em xisto se manterão ativos por vários anos até que os custos operacionais estejam próximos do lucro da operação. Neste momento, próximo ao break-even, os poços serão fechados. A vida útil desses poços é de 20-30 anos.
Esta constatação, é lógico, está embutida nos cálculos das mineradoras que estão investindo na extração do gás dos folhelhos americanos. Afinal, já foram perfurados dezenas de milhares de poços cujos dados são computados nos bancos de dados dos investidores. Este cenário leva os mineradores a perfurar o maior número de poços no menor tempo possível obtendo dessa forma um enorme retorno  com um payback baixíssimo. Uma das consequências naturais dessa corrida é o desaparecimento dos equipamentos de sondagem e fracking e, naturalmente, o boom das empresas de sondagem que estão fortes e revigoradas pelo gás dos xistos.
Quem tende a se surpreender negativamente, no entanto, são os proprietários de terras que recebem royalties pela produção. Esses, por não estarem a par do assunto, veem os cheques minguarem a uma velocidade assustadora.
Se um dia desses a corrida pelo gás e óleo dos xistos começar no Brasil lembre-se, caro proprietário, que é bom considerar essas quedas antes de entrar em um grande financiamento ou negócio baseado na sua renda dos royalties.


Autor:   Pedro Jacobi - O Portal do Geólogo

 
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