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Mineração: não adianta ter só carne, tem que ter gordura!



Publicado em: 11/05/2013 16:50:00

Por Pedro Jacobi
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Nos dias  de hoje uma frase como esta será abominada, se dita à uma mulher moderna. Já na  mineração ela faz todo o sentido.

Um  projeto para ser bom e lucrativo tem que ter “gorduras” que serão queimadas ou  extirpadas em momentos de crise e de dificuldades. Os projetos ganhadores são  aqueles com os menores custos operacionais (OPEX) e os menores investimentos  (CAPEX).  

Quando a  coisa é colocada desta forma tudo parece muito simples e até podemos cair na  armadilha e nos perguntar se essa não deveria ser a percepção de todos os  mineradores...

Parece  que a resposta é bem mais complicada e que nem todos os mineradores, grandes ou  pequenos, comungam dessa visão.

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O estudo de sensibilidade de Volta Grande é mortal: com o preço da  onça em US$1.200 o retorno é zero

 

Veja o  recente caso da Belo Sun Mining, junior canadense controlada pela Forbes &  Manhattan. A Belo Sun costuma promover o seu projeto Volta Grande de ouro,  localizado próximo a Ilha da Fazenda às margens do Xingu, como o maior depósito  de ouro do Brasil em desenvolvimento  apresentando recursos  indicados e inferidos acima de 4,7 milhões de onças de ouro. Uma frase grandiloquente que, do ponto de  vista econômico nada diz.

Recentemente a empresa publicou um estudo de viabilidade econômica que mostra  furos de grandes proporções na economicidade do projeto. Volta Grande tem um  custo operacional bastante elevado de US$711.50 por onça de ouro produzida. A situação de Volta Grande está tão  apertada que a empresa só terá retorno econômico enquanto o preço do ouro  estiver acima de US$1200/oz. 

Um desastre anunciado!

Como  investir quase 800 milhões de dólares em um projeto com margens tão apertadas?  Essa é a pergunta que os investidores estão fazendo hoje. A resposta para muitos é simples: não invista e fuja, o mais rápido possível,  procurando investimentos mais seguros, com mais gorduras... Só “carne” ou seja, só reserva de ouro, não é o  suficiente: é preciso bem mais, muito mais, para que um projeto seja econômico.

A  resposta dos investidores, que não são bobos, foi dada através das bolsas de valores:  as ações da Belo Sun estão em queda  livre já tendo atingido 54c na sexta podendo cair muito mais na semana que vem.  Se a Belo Sun não mostrar uma estratégia alternativa o projeto pode virar pó.

Exemplos como este, infelizmente, são muito mais comuns do que parece.  Posso passar dias enumerando os projetos e minas que foram turbinados, muitas vezes "artificialmente" pelos seus proprietários. Se entrarmos no detalhe veremos que em um grande número de casos, esses projetos marginais que ontem  foram propagados e vendidos como "os melhores do mundo"  não passavam de pura pirâmide especulativa.

Os investidores mais afoitos, em busca do ganho fácil, esquecem de fazer o dever de casa e compram ações do especulador fazendo o valor de mercado da empresa crescer, o que atrai mais investidores criando uma bola de neve que só  para quando o mercado percebe que não existiam os pilares de sustentação da história tão profissionalmente vendida.  Mais uma pirâmide é, então, desmontada e quem fica com o mico, sempre, são os investidores afoitos e pouco  profissionais, ávidos pelo ganho fácil.

Quando eles irão ver que nada é fácil neste mundo?

 

Investidor, é preciso estudar o seu investimento cuidadosamente.  Substitua a ganância por profissionalismo e você será um ganhador. Procure saber quais as razões dos lucros prometidos e se elas são sustentáveis.

Fale com quem entende.

Veja se a empresa e seus projetos tem solidês, se aguentam dias difíceis,  se existem pessoas competentes capazes de levar o projeto ao sucesso e se  existem gorduras...só carne não basta.


Autor:   Pedro Jacobi - O Portal do Geólogo

 
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