O Portal do Geólogo
21/11/2024 12:25:09

 Brasil: pesquisar ou mudar?



Publicado em: 13/12/2013 17:44:00

Por Pedro Jacobi  
 

 


   

Depois de quase três anos de uma política mineral absolutamente equivocada e perniciosa que sucateou a pesquisa mineral no Brasil e colocou milhares de famílias no desespero estamos no limiar de um    novo ano, com novas e, possivelmente, excelentes perspectivas.

Será que o Congresso vai, finalmente, aprovar o novo código mineral que permite direito de prioridade e a volta da pesquisa mineral?

Será que    entraremos na era das licitações e da ditadura das grandes empresas e veremos o triste fim das empresas de pesquisa mineral de porte pequeno a médio?
 
Iremos conviver com o desemprego e a fuga de investimentos e de investidores?

São perguntas pertinentes, que nos afetam como um todo, mineradores e sociedade.
Quem irá ganhar essa queda de braço?

Os    que defendem a mineração democrática com o direito de prioridade como o Dep. Quintão, o relator do novo Código Mineral?
Ou os que instituíram o caos na mineração paralisando os alvarás de pesquisa, as empresas e a mineração como    um todo e agora querem instituir a ditadura das grandes empresas banindo os investimentos das junior companies do Brasil, como o grupo encabeçado pelos Ministros Édison Lobão e Gleisi Hoffmann?

Se o grupo que defende o fim das pequenas e médias empresas de pesquisa mineral e o término do direito de prioridade ganhar, veremos o Brasil entrar em um imenso buraco negro.    Mergulharemos de cabeça em um período apocalíptico onde centenas, talvez milhares de empresas de pesquisa e de prestação de serviços, serão fechadas.    Veremos uma enxurrada de desempregados de alta qualidade, pessoal treinado e altamente capacitado, tendo que enfrentar as filas do desemprego.
 
  Estaremos presenciando uma calamidade épica, um desperdício e sucateamento de cérebros que só um Governo insensível e absolutamente incompetente pode contemplar.

  Não há sustentação para esse cenário. Defendê-lo é confessar, não só a sua própria incompetência, mas, também, a sua complacência com a morte financeira de dezenas de milhares de famílias que serão arremessadas ao caos e à    desesperança.

Quem fará a pesquisa nesse cenário controverso?

A    pesquisa será feita por quem, infelizmente, não entende, não tem dinheiro, pessoal, know how e nem cultura de exploração mineral: a CPRM.

Meu caro (a), o que veremos será uma piada de mau gosto criada por um Governo    insensível e incompetente.

Neste cenário de caos veremos a CPRM, tentando de todas as formas, fazer algo produtivo e inteligente, mas com uma equipe a beira da aposentadoria e sem experiência em exploração mineral tendo que coordenar uma nova equipe de campo, ainda em formação, sem bancos de dados, com um orçamento muito abaixo do que é sistematicamente investido pelas junior companies no Brasil, sem equipamentos modernos e sob imensa pressão do mundo mineral e até mesmo do Governo que irá reconhecer o erro do modelo mas,    antes, irá culpar e cortar algumas cabeças...

Neste cenário a responsabilidade do sucesso ou insucesso irá recair nos ombros dos novos funcionários da CPRM contratados, pelo seu conhecimento em pesquisa mineral, como o Noevaldo Teixeira e Marco Túlio, egressos da iniciativa privada, mas que aposentaram o martelo há anos e estão acostumados a gerenciar e coordenar as excelentes equipes de campo, afinadas e maduras como as das junior companies e da Vale e Rio Tinto onde eles obtiveram os seus conhecimentos de exploração mineral. Esses geólogos e seus assessores, com certeza, já devem estar com as barbas de molho, pois sabem muito bem que a CPRM não é e nem nunca será a Petrobras da mineração nesta equação.
Eles terão que lidar com mapas geológicos antigos e ultrapassados, com aerolevantamentos geofísicos mofados, obsoletos e inócuos que servem, quanto muito, para mapeamentos geológicos regionais . Afinal o que podemos fazer com os levantamentos analógicos de escala continental com espaçamentos de 2.000m entre as linhas voadas? Até os levantamentos aerogeofísicos, considerados de "detalhe" para a    CPRM, com espaçamentos de 500m, serão inócuos quando o objetivo é a descoberta de jazimentos econômicos. Como gerenciar competitivamente uma equipe antiga de geólogos que nunca em sua carreira se deparou com a verdadeira exploração mineral? É nessa hora que as incongruências serão ampliadas e que o modelo começará a ruir. A CPRM precisa de tempo e muito dinheiro para poder se transformar em uma empresa de pesquisa mineral.

O que veremos é mais uma onda de aposentadorias compulsórias em um país que não preza sem agradece pelas décadas de serviços prestados. E, se um dia, as coisas começarem a dar certo teremos, mais uma das leis do projeto sendo confirmada: os louros da vitória e as honras e méritos dados aos não participantes. Se você é um dos geólogos da velha guarda da CPRM que viveu essas décadas de abandono, prepare-se, pois nesse cenário, meu amigo, as coisas ainda vão piorar.

O mais irônico disso tudo é que a CPRM e seus geólogos não tem nenhuma culpa nesta equação.

Assim como o sucateado e abandonado DNPM ela, que um dia já foi referência, não tem culpa de estar no Brasil e de ter sido abandonada por governos a fio nas últimas várias gestões. Como culpar uma equipe de excelentes geólogos que não recebeu salários, treinamentos, investimentos, equipamentos e orçamentos adequados nas últimas décadas?

A CPRM definitivamente não é a Petrobras!

Ela nunca recebeu a atenção, os investimentos e salários tipo Petrobras. A CPRM não tem o acervo que a Petrobras tem e que coloca em disponibilidade aos que querem adquirir blocos em licitações. Ela não acha jazidas como a Petrobras acha novos campos. É só olhar para a história da CPRM que isso fica muito, mas muito claro. Culpa dos Governos por não terem investido uma fração mínima do que deveria ter sido investido.

Transformá-la em uma Petrobras de hoje vai demandar uns 50 anos de trabalho sério, duas gerações de funcionários e dezenas de bilhões de    dólares de investimento.

O Brasil pode arcar com esse tempo e essas despesas? É claro que não!

Temos que    ser pragmáticos, abandonar de vez essa hipótese burra e aprovar o substitutivo de Quintão.

No cenário de Quintão, o mesmo sugerido pelo Portal do Geólogo há meses, nós teremos as centenas de junior companies que já vem investindo, a fundo perdido, do próprio bolso, em torno de 1 bilhão de dólares por ano em pesquisa mineral no Brasil juntamente com a CPRM.

Nesse cenário essas duas forças coexistem    e são sinergéticas. É o cenário onde existe emprego, crescimento, novas descobertas, e riquezas adicionadas ao nosso patrimônio.

Na versão do MRM de Quintão a CPRM irá, também, contribuir com a pesquisa própria, dentro dos blocos alocados exclusivamente a ela e onde serão licitadas as jazidas que ela encontrar. Nesse cenário a CPRM poderá crescer e transicionar sem sobressaltos e sem ser submetida a enorme pressão de ser a única empresa de pesquisa em um país de 8,5 milhões de quilômetros quadrados.

Este, sem dúvida será o melhor dos mundos.

Nesse mundo teremos o direito de prioridade em vigor fora das áreas alocadas à CPRM. Ou seja, teremos a coexistência democrática entre os pesquisadores privados e os estatais.

O Brasil irá ganhar com esse modelo, através do aumento de investimentos em pesquisa mineral que poderão crescer, com a entrada da CPRM, em mais de 40% ultrapassando, com folga, 1 bilhão de dólares por ano, nos colocando nos níveis de Canadá, Austrália e outros países onde a pesquisa mineral é coisa séria e prioritária. Onde o direito de prioridade é uma pedra fundamental do sistema e respeitado por todos.

No cenário de um Código Mineral com o direito de prioridade o Brasil verá o retorno da pesquisa mineral em um momento que o mundo entra em um novo ciclo de crescimento. Onde os Estados Unidos e a União Europeia estarão, novamente, em uma forte ascendência, juntamente com a China, Índia e África do Sul.

O ano de 2014 verá mais de 1.000 IPOs sendo que mais da metade dessas emissões públicas de ações será na China. Será um ano com grandes perspectivas, com a manutenção    dos preços do minério de ferro, com uma possível subida nos preços do ouro e cobre e com a volta das empresas junior ao mercado mundial. Um ano com o retorno maciço dos investimentos em pesquisa mineral.

Será que iremos perder esse degrau histórico?

Será que esse nosso Governo nos fará retroceder décadas e ao invés de sermos catapultados às alturas pelas novas descobertas minerais feitas pelas junior companies e pela CPRM a partir de 2014, iremos mergulhar no fundo do poço, em um momento em que, ironicamente, o mundo se revigora e cresce?

Não deixe isso ocorrer. Lute contra! Fale com o seu político e lembre-se que em 2014 teremos eleições!!!


Autor:   Pedro Jacobi - O Portal do Geólogo

 
12.000 ANOS DE ABANDONO  um livro de Pedro Jacobi

Caro usuário do Portal do Geólogo
Se você gosta de descobertas arqueológicas inéditas no meio da Amazônia vai gostar do livro que estou lançando. É um não ficção sobre uma pesquisa real que estou fazendo.

Com o avanço do desmatamento e com o auxílio da filtragem digital em imagens de satélites, descobri nada menos do que 1.200 belíssimas construções milenares, no meio da Amazônia — totalmente inéditas.

São obras pré-históricas, algumas datadas em 6.000 anos, incrivelmente complexas e avançadas — as maiores obras de aquicultura da pré-história que a humanidade já viu.
Neste livro você se surpreenderá com essas construções monumentais, grandiosas e únicas, feitas por aqueles que foram os primeiros arquitetos e engenheiros do Brasil.
Trata-se de importante descoberta arqueológica que vai valorizar um povo sem nome e sem história. Um povo relegado a um plano inferior e menosprezado pela maioria dos cientistas e pesquisadores.

Dele quase nada sabemos. Qual é a sua etnia, de onde veio, quanto tempo habitou o Brasil e que língua falava são pontos a debater.
No entanto o seu legado mostra que ele era: muito mais inteligente, complexo e tecnológico que jamais poderíamos imaginar.
Foram eles que realmente descobriram e colonizaram a Amazônia e uma boa parte do Brasil.
E, misteriosamente, depois de uma vida autossustentável com milhares de anos de uma história cheia de realizações eles simplesmente desapareceram — sem deixar rastros.
Para onde foram?

Compre agora!
O livro, um eBook, só está à venda na Amazon. Aproveite o preço promocional!

  

 


geologia polemicos vocesabia minex    1158

Só para você: veja as matérias que selecionamos sobre o assunto:

  2013, um ano para ser esquecido 30/12

Novas regras para Terras-Raras aprovadas pelo Senado, mas CNEN ainda tem o monopólio 10/12

O Brasil vai virar um grande garimpo? 10/12

A mineração está chegando na Lua? 8/12

O que o Brasil tem a aprender com a Mongólia 5/12

Adiada votação de hoje das propostas ao Marco Regulatório da Mineração. MRM só será votado em 2014 4/12

Ministra Gleisi: “O direito de prioridade é ruim” 2/12

Parece que agora sai: Código de Mineração deve ser votado no dia 10 28/11

  A influência das junior companies na exploração mineral e na economia de um país 26/11

Governo reconhece ser difícil votar o Novo Marco Regulatório da Mineração em 2013 26/11

MRN: sai o substitutivo – volta o direito de prioridade 11/11

Empresas junior canadenses resistem e surpreendem analistas 5/11

O Brasil e outros países do terceiro mundo planejam aumentar os impostos sobre  a produção mineral: mineradores começam a abandonar os seus projetos buscando novos mercados para investir 29/10

Como a cegueira política pode inviabilizar as nossas riquezas 27/10


O Portal do Geólogo

Geologia e Mineração contadas por quem entende

Desde 27/3/2003
As mais lidas
1 : Dele2maio2018 ...
2 : dele 4nov ...
3 : deletados abaixo100 28fev19 ...
4 : index ...
5 : MINEX ...
6 : Pesq-reconhecermeteorito ...
7 : aguahisteria ...
8 : deslizamentos ...
9 : aquecimento ou resfriamento ...
10 : halldafama ...
Raridade - Calcita Ótica âmbar
Raridade à venda: calcita ótica âmbar

Não entendeu a palavra?

Pesquise o termo técnico!




Pesquise no universo do Portal do Geólogo!

Digite uma palavra na caixa abaixo e estará pesquisando centenas de milhares de matérias armazenadas no nosso site.

 

 

palavra com mais de 2 letras
O Portal do Geólogo    Editor: Geólogo Pedro Jacobi