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Retrato da sondagem no BrasilPublicado em: 28/03/2012 23:28:00
Desde a crise mundial de 2008, marcada pela fuga intensa de capital, o mercado
vive em desconfiança, concentrando o pouco fluxo dos investimentos em empresas
mineiras tradicionalmente sólidas. Enquanto isso, as empresas juniores sofrem
para captar recursos. Em detrimento, a pesquisa mineral, protagonizada pelas
últimas, cai em obscuridade.
Como se sabe, os coadjuvantes da pesquisa mineral são os geólogos e as empresas
de sondagem. Decorrente da falta de recursos, os primeiros perdem seus empregos,
e as sondas, por sua vez, são desmobilizadas.
Ouve-se muito acerca da chegada ou entrada de novas empresas de sondagem no
Brasil. Normalmente, tais empresas são estrangeiras, australianas ou canadenses,
representadas por executivos brasileiros, que imbuídas de falsa esperança,
trazem consigo tecnologia e consolidado conhecimento técnico (know-how).
Entretanto, ao aportarem por aqui, descobrem que a experiência retratada pelo
oportunista executivo tupiniquim, é totalmente diferente, pois constatam que uma
pequena gama de empresas de sondagem concentram a maioria, senão todos, os
grandes projetos mineiros brasileiros. Por esse motivo, pouquíssimas são as
empresas que ainda se enveredam por aqui, e que “brigam” pelo seu espaço com as
graúdas brasileiras, ou graúda brasileira – leia-se Geosol.
Outras, percebendo que essa “briga” já tem vencedor certo, aproximam-se das
empresas de médio porte, fundindo-se com essas para comprar uma fatia do mercado
brasileiro de sondagem. Exemplo típico disso é o da empresa Servitec, que em
abril de 2012 teve 51% de suas ações adquiridas pela Foraco.
Por fim, restam no Brasil, as pequenas empresas brasileiras de sondagem. Tais
empresas possuem número limitado de equipamentos, em torno de 15 sondas em
funcionamento, e outras tantas “desmontadas”. As mesmas prestam serviço aos
pequenos concessionários, ou empresas juniores, cujas normatizações são mais
frouxas que aquelas exigidas pelas majores. Os contratos são curtos e os valores
cobrados por metro sondado, um pouco mais aquém em relação às grandes empresas
de sondagem. Elas normalmente trabalham a “toque de caixa” - algo que para os
geólogos implica em constantes paralisações forçadas, por falta de ferramental
ou mecânico ao “pé da sonda”. Em contrapartida, cria-se uma relação mais íntima
com o proprietário da sondagem, que muitas vezes, ameniza questões relativas aos
pagamentos e/ou às cobranças de multas por mora.
Contudo, atualmente, todos esses tipos de empresas, desde a pequena até a
grande, sustentam caixas reduzidos, que pagam com dificuldade suas folhas. Além
da crise de desconfiança do mercado, contribui para esse cenário, o receio
criado pelo Governo Federal, que há anos sinaliza a construção de um Novo Marco
Regulatório para Mineração, que assombra os mineradores e investidores com
notícias de mau agouro.
Portanto, aos navegantes de primeira viagem, cuidado! Não se antecipe aos
movimentos dos “ventos” para realizar suas investidas no mercado da sondagem no
Brasil, pois, caso contrário, poderá ver seu capital afundar sem piedade!
Por Wagner Linhares, geólogo e sócio da empresa
O2Iron Mineração. Autor: Pedro Jacobi - O Portal do Geólogo
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