À moda bolivariana, Argentina nacionaliza Repsol YPF

Na tarde de segunda-feira, a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, decidiu seguir a atrasada e danosa cartilha bolivariana do confisco de ativos e, por meio de decreto, tomou para o governo do país o controle da petroleira Repsol YPF, que estava em mãos de espanhóis. Alegando “garantir a recuperação da soberania hidrocarbônica da Argentina”, Kirchner designou dois interventores do governo para a petrolífera e obrigou os representantes espanhóis na empresa a arrumar suas coisas e a deixar a sede da companhia.

Na TV, a presidente disse que a medida “é uma política de Estado, que deve unir todos os argentinos”, enquanto o governo espanhol classificou a atitude como uma "agressão" e anunciou que tomará medidas de represália. Pela participação majoritária, a Repsol disse que vai cobrar 8 bilhões de euros, valor que a Argentina informou que não pagará.

Com o golpe para cima dos espanhóis, teme-se que a medida seja expandida a outras empresas – como a Petrobras, que em 2006 tomou rasteira semelhante do governo boliviano. Uma fonte anônima ouvida pela “Folha de S. Paulo” disse que a Argentina já teria tranquilizado a estatal brasileira, dizendo que a decisão foi um fato isolado e que não há chance de expropriação, como com a YPF. Mas será mesmo?