Governo australiano pode intervir na guerra do minério de ferro

As consequências da guerra do minério de ferro causada pelas três maiores produtoras estão sendo catastróficas. Desde que a Vale, Rio Tinto e BHP começaram a inundar o mercado com minério de ferro forçando uma queda de preços o mundo mineral entrou em recessão. Empresas faliram, milhares foram desempregados, e governos dos países produtores amargam prejuízos bilionários.

A situação da Austrália, um país especialmente dependente da mineração, é dramática.

Poucos dias atrás o Primeiro Ministro Tony Abbott veio a público e condenou as três gigantes, ao mesmo tempo em que afirmava que a Austrália iria amargar uma baixa contábil de US$30 bilhões: só em impostos não recebidos.

Agora, acossado pela opinião pública, pelo governador da Western Australia, pela queda da receita e até pela mineradora Fortescue, o governo ameaça intervir.

Uma intervenção governamental pode significar mais prejuízos aos cofres das australianas Rio Tinto e BHP.

A Austrália está em pé de guerra e alguns, como o CEO da Fortescue, já pregam a criação de um cartel que controlaria a produção e o preço do minério. Uma estratégia obviamente absurda, que será rechaçada por todos.

Outros já estão recomendando aos seus leitores a venda das ações das três grandes que, segundo eles começam a apresentar riscos anormais.

O principal fato que sintetiza este cenário é que a decisão de quebrar a concorrência através da superprodução de minério de ferro foi uma decisão estratégica pouco inteligente. Talvez a pior da história das grandes mineradoras, que hoje colhem prejuízos imensos, afugentam os investidores e atraem o ódio de muitos em quase todos os cantos do planeta.

Autor:   Pedro Jacobi - O Portal do Geólogo

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