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Desastre da Samarco: a lama analisada em Baixo Guandu está contaminada por arsênio



Publicado em: 14/11/2015 19:10:00

As notícias divulgadas pela Samarco de que a lama era “felizmente” inerte parece não ser verdade.

Análises feitas pela Prefeitura de Baixo Guandu (parabéns ao Prefeito pela agilidade) mostram que a lama tem teores elevados de arsênio (2,63mg/L) que atingem, na amostra analisada, um valor dez vezes maior do que a OMS considera aceitável para a ingestão humana e 20 vezes maior do que o recomendado como valor máximo permitido pela Sabesp.

Nos Estados Unidos o nível de arsênio aceitável na água é de apenas 10 microgramas por litro, centenas de vezes menor do que o nível de arsênio analisado na lama da Samarco.

Da mesma forma o chumbo total analisado na lama (1,03mg/L) é 10 vezes mais elevado do que o nível aceitável pela Sabesp. Outros elementos pesados como o níquel (1,275mg/L) e o cromo (3,84mg/L) estão, também, muito elevados na amostra coletada e muito acima do que o Ministério da Saúde recomenda.

(VEJA O RELATÓRIO DA LAMA FEITO PELA  PREFEITURA DE BAIXO GUANDU)


Se esses elementos tóxicos contaminarem as águas superficiais e subterrâneas o desastre será imensamente maior do que estamos imaginando.

Para exemplificar o tamanho do problema os níveis de arsênio detectados, possivelmente inorgânico, quando ingeridos pela população poderão, ao longo do tempo, levar a sérias doenças e ao câncer.

Se a lama não for retirada existe o perigo iminente da contaminação das águas.

É urgente que novas análises sejam feitas para confirmação do nível de contaminação desta lama, ao longo da calha do Rio Doce. Também ao longo do rio deve ser iniciado, urgentemente, um monitoramento das águas superficiais e subterrâneas que poderão ser contaminadas com o tempo caso a lama (se tóxica) não seja retirada.




Autor:   Pedro Jacobi - O Portal do Geólogo

  

 


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